sábado, 2 de fevereiro de 2013

Todos os dias morro à tua espera







Todos os dias morro à tua espera,
num revolver interno angustiante
que me adormece e acorda a cada instante
e me faz diferente do que eu era.


Desemperraste, príncipe-quimera,
a roda presa dos desejos que antes
ressonavam parados numa estante
e agora correm loucos na atmosfera.


Domaste os movimentos arredios.
Colheste a plena entrega – tão visada –
no meio das recusas, nesses fios


de fugas retorcidas sempre dadas.
Deixaste com torrentes, beijos-rios,
as cheias do meu corpo reviradas.

Poema: Elaine Regina

Imagem: autor desconhecido



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2 comentários:

  1. Massa, e pensar que tem gente que nem vive...

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  2. Acredito que é a única coisa por que se vale morrer. Se for pra morrer que seja de amor, por amor. Adorei, intenso, angustiante e revelador.

    Abraços

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