Lanço-me abruptamente aos teus braços.
E o teu colo de rocha inabalável
– visando a permanência do meu conforto –
se desfaz em areia tênue e atribui
a cada curva constante do meu corpo
outra curva de inconstância fina e leve.
E o teu colo de rocha inabalável
– visando a permanência do meu conforto –
se desfaz em areia tênue e atribui
a cada curva constante do meu corpo
outra curva de inconstância fina e leve.
Sabes que sou uma onda imprevisível
a acompanhar os limites redesenhados,
que se expandem e se contraem conforme ordena
o pulsar irregular das sensações.
Entre nós não há pontes factíveis.
Mas nos amamos tão verdadeiramente
que o oceano se compadece:
abre os braços e nos une,
feito um firme, um imenso continente.
Poema: Elaine Regina
Imagem: autor desconhecido
© Todos os direitos reservados - registrado no EDA/Fundação
Biblioteca Nacional