Entrei num recinto
silencioso...
As paredes não me
diziam muita coisa,
e muito pouco o meu
tato revelava.
No final da linha
trêmula de passos,
vi nascer a sala
reservada,
cuja beleza eu não
previa e
que em mais nada no
mundo se repete.
Permaneci estupefata
naquele vão
— era a sala quieta do
teu peito,
os afastados cantos do
sentir profundo.
Estupefata, porque eu
vi ali postado
um amor infinito,
dentro do limitado,
sapateando nas dimensões
do mundo...
Poema: Elaine Regina
Imagem: Lucas Cavalhiro
© Todos os direitos reservados – registrado no Escritório de
Direitos Autorais/Fundação Biblioteca Nacional
Que bela imagem soubeste criar sobre o privilégio de se conhecer o amor infinito que habita o peito do ser amado... É pena que nem sempre tenhamos essa oportunidade e se, quando a temos, nos deparamos com um espaço vazio que nada nos diz ao tato e cujos passos tememos avançar com receio do que vamos ali encontrar. É belo descobrir esse espaço tão rico e nos ver ali aninhados, bem recebidos, fazendo parte de tão mágico tesouro.
ResponderExcluirUm poema realmente transbordante de significados.
Amiga, que belo significado tem o nosso nome! Confesso que não sabia deste precioso detalhe e fiquei feliz por me teres dado a oportunidade de conhecer.
É pena que eu não tenha conseguido ser uma tocha, uma luz, ou um pequeno raio de luz na vida de quem tanto significou na minha e que por um longo tempo eu quis que fosse a luz que me guiasse ao longo dos caminhos. Hoje, se oportunidade eu tivesse de conhecer a verdadeira sala escondida naquele peito em que tantas vezes recostei a cabeça, talvez as lembranças não se fizessem tão doídas...
Menina linda, deixo-te sorrisos, deixo-te estrelas, e meu carinho,
Helena
(http://helena.blogs.sapo.pt)
Amiga, estive aqui dias atrás e "pensei" ter deixado um comentário agradecendo pelo lindo presente que me ofertaste, um poema de Florbela Espanca intitulado AMAR. Como não vi o comentário aqui registrado, faço-o novamente, e também trago para ti um presente de uma das poetisas que mais aprecio: Elizabeth Barrett Browning. O poema se intitula: AMO-TE e tem uma pequena história e qualquer dia destes faço uma postagem contando-a. Talvez quando a lembrança do momento estiver doendo menos...
ResponderExcluir***********************************************
Amo-te quando em largo, alto e profundo
Minh’alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.
Amo-te em cada dia, hora e segundo:
À luz do sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.
Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.
Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quisesse,
Ainda mais te amarei depois da morte.
********************************************
Sorrisos, estrelas, sempre, nos teus caminhos!
Helena
(http://helena.blogs.sapo.pt)
Há peitos assim, que são a nossa sala, a nossa morada.
ResponderExcluirUm poema excelente, gostei imenso.
Tem um bom fim de semana, querida amiga Elaine.
Beijo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNa escuridão da noite os mistérios devem ser descortinados quebrando o silêncio!
ResponderExcluirQue tal se um piano, naquele momento pudesse ler as notas de "Sonata ao Luar"?
Belas divagações!
talvez um dos melhores momentos!
ResponderExcluir