Às vezes, o vento é tão sutil, tão discreto
que é preciso uma atenção multiplicada para senti-lo,
para percebê-lo.
Mas eu vejo quando ele sinaliza com as folhas das árvores,
quando ele as balança distraidamente,
quase como se não quisesse balançá-las.
Eu sei o que se passa nessas horas:
o vento é amortecido pela própria nostalgia,
pela falta que sente da terra dos seus iguais.
Sei bem como ele se sente...
Também sinto essa mesma falta.
A diferença é que eu passo a vida,
a vida distante dos meus iguais,
tocando outras (infinitas) folhas.
Poema: Elaine Regina
Imagem: sadness by janesdead
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