sábado, 22 de dezembro de 2012

Eram a pele e o avesso







Eram a pele e o avesso.
Somente eu divisava aquele teto.


Pintei o lado calado.
Na pele, fiz um mapa,
um tratado.
Listei as direções seguras.


Amarrei um olhar atento
a cada porta vergada;
às janelas, mandei que se apartassem
de qualquer sussurro estranho.


Mas depois, meu Deus, eu vi um homem
desatarraxando as direções
e pintando tudo de infinito.


Nem pude reagir.
Virei tela indefesa
nas mãos do artífice do Verbo.


Poema: Elaine Regina
Imagem: autor desconhecido


© Todos os direitos reservados - registrado no EDA/Fundação Biblioteca Nacional

4 comentários:

  1. Wow! Excelentes imagens (nos versos). Abração!

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  2. Feliz Natal!

    ... E assim, o Jovem Jesus,
    na tenda de Nazaré;
    com raios do buril de luz
    grafou a mensagem da Fé!

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  3. Somos partícipes das cores, ora com tintas físicas ou com as tinturas das palavras em forma de versos!

    Beijos, amada Amiga!

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  4. Toda a gente fica indefesa perante a pessoa certa...
    Excelente poema, adorei.

    Elaine, querida amiga, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

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