sábado, 2 de março de 2013

Erros










Errei.
E os meus erros comeram,
à luz das janelas ausentes,
partes gigantescas do meu corpo.



Os erros — céleres cupins,
magos
tão velhos quanto o primeiro esboço da natureza humana —,
penduraram à parte,
na parede de menor notoriedade,
as leis da Física,
pois os trechos esburacados por eles
conseguem ser sensivelmente mais pesados
do que as partes cuja inteireza foi mantida.
E é por isso que eu peso mais a cada hoje...

 
Por vezes,
gasto parte do meu tempo a observar toda a renda complexa dos erros.
E o trabalho não ficou de todo ruim:
Ganhei milhares de janelas...


 

Poema: Elaine Regina
Imagem: autor desconhecido




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Atualizado em 22/12/2013
 

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